sexta-feira, 4 de maio de 2012

Lembranças, por favor me deixem em paz!

É sempre assim. Você é pega desprevenida, naquela situação que apareceu de maneira despretensiosa na sua frente.
"O que pior pode me acontecer?" - a frase é dita e repetida incessantemente na sua cabeça, mais para si mesma do que para os outros.
São as piores situações, aquelas nas quais nada de pior poderia lhe acontecer. Mas acontece.
Quando você vê, já está mais envolvida naquilo do que um novelo de lã recém-comprado. Você tenta sair, fugir, esconder-se... Mas não dá, assim como você não pode desenrolar um novelo de lã e sair impune, sem nenhuma bagunça ao seu redor. Agora a bagunça já está feita, você não arruma ela, não conserta, mas também não guarda. Ela está ali todo dia na sua frente, não se deixa esquecer, não lhe deixa esquecer.


Ainda consigo lembrar do dia, de cada detalhe, da roupa,  do sorriso, do gosto, do toque e do cheiro (ai meu Deus, o cheiro!). Tudo começou de maneira despretensiosa. Não era nenhuma noite diferente das outras, até que se tornou A noite diferente de todas as outras. Não por ter sido mágica, surreal, de tremer as pernas. Não, a noite não foi assim, não a primeira. Essa noite foi o início, de um meio, que não se sabe se tem fim. Às vezes me vejo sorrindo quando me lembro dos dias e noites depois do início, às vezes me pego chorando, às vezes... Simplesmente, lembrando. Elas estão aqui, sabia? Dentro de mim, lembrança de "detalhes tão pequenos de nós dois", aposto que não se lembras de quase nenhum. Você não é desses, entre você e os sentimentos tem uma barreira, ou melhor, uma serra e alguns pedágios.
Espero que um dia essas barreiras caiam, que você encontre alguém que faça seu coração dar pulos no peito e suas pernas tremerem. Assim como você me fez no pouco tempo que estivemos juntos (estivemos juntos?). Também espero que um dia toda essa dor alimentada por carência minha seja consumida por um outro alguém que faça meu coração dar de novo pulos no peito e minhas pernas tremerem.